segunda-feira, 26 de abril de 2010

Em Flagstaff como em casa

Corre de feição o estágio pré Taça do Mundo para Susana Feitor. A marchadora está a recuperar a forma perdida quando se lesionou e treina sem limitações. A cada sessão que passa sente-se melhor ao nível da resistência e começa a ficar optimista para o que resta da temporada. Para breve estão os treinos rápidos para ganhar velocidade. Susana está, como se sabe, acompanhada de Inês Henriques e do técnico de ambas, Jorge Miguel, sendo que este ano estão também em Flagstaff a recordista nacional dos 20 kms Ana Cabecinha e o treinador Paulo Murta. As atletas treinam por estes dias no mesmo espaço físico escolhido pelas selecções espanhola e mexicana. Para alguns destes é a estreia do centro de estágios do estado norte-americano do Arizona, mas Susana é repetente ao ponto de já ter criado raízes locais. Por isso, ela e os outros portugueses foram recebidos numa das últimas noites na casa de Art, um amigo local de longa data que a cada passagem de Susana por Flagstaff faz questão de a receber.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Arrancou estágio de Flagstaff

Susana Feitor já está em Flagstaff, no estado norte americado do Arizona, onde vai cumprir um dos estágios mais importantes em altitude com vista ao sucesso no que falta da temporada atlética. A marchadora chegou sábado, juntamente com Inês Henriques e o técnico de ambas, Jorge Miguel. Este ano, também Ana Cabecinha e o treinador, Paulo Murta, estão em Flagstaff a preparar a participação na Taça do Mundo. De facto, a proximidade com o México, onde decorre a principal prova do calendário por selecções (15 e 16 de Maio), leva a que este ano sejam mais os atletas concentrados neste conceituado centro de estágio. É o caso dos espanhóis Juan Manuel Molina, Mikel Odriozola e Jesús Ángel Bragado e do mexicano Eder Sanchez. Nos próximos dias chega também o norueguês Erik Tysse, assim como outros europeus impedidos de saírem dos respectivos paises por causa da erupção de um vulcão no sul da Islândia, que está a condicionar o tráfego aéreo.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Jogos Escolares de Sesimbra

Susana Feitor foi a madrinha da edição deste ano dos Jogos Desportivos Escolares de Sesimbra, que decorreram na Escola Básica 2-3 de Santana e no Pavilhão Municipal de Sampaio. A iniciativa da Câmara Municipal de Sesimbra, em conjunto com as escolas básicas e secundárias do concelho, envolveu cerca de 1500 alunos em várias modalidades desportivas, como futebol, voleibol, basquetebol, xadrez e atletismo. A marchadora aproveitou a oportunidade também para trocar ideias com os jovens sobre a sua enquanto atleta. Antes de Susana Feitor, outros nomes grandes do desporto nacional foram em edições passadas (esta foi já a 23ª) padrinhos da iniciativa, como Rosa Mota e Carlos Lopes.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Estágio nos Estados Unidos

Susana Feitor parte sexta-feira para Flagstaff (Estados Unidos) onde vai cumprir três semanas de estágio em altitude, num local que frequenta há alguns anos. Susana só regressará a Portugal na segunda quinzena de Maio, depois da Taça do Mundo de Marcha, que este ano se realiza em Chihuahua (México). Como tem marca feita no Mundial de Berlim de 2009, a marchadora junta-se a Vera Santos, Ana Cabecinha e Inês Henriques para defender as cores nacionais. Neste estágio, no estado norte americano do Arizona, Susana será acompanhada pelo seu técnico Jorge Miguel e pela companheira de equipa e de selecção Inês Henriques.

sábado, 10 de abril de 2010

Vera Santos ganha em Rio Maior

A marchadora do JOMA Vera Santos confirmou esta tarde em Rio Maior o grande arranque de temporada com uma categórica vitória na primeira prova do principal escalão do IAAF Race Walking Challenge. Como se não bastasse, Vera melhorou a sua marca de 2010 e tornou-se apenas na segunda portuguesa a vencer a etapa portuguesa do circuito, depois de Susana Feitor. Curiosamente, foi Susana a entregar o prémio à atleta que durante muito tempo fez parte do seu grupo de trabalho. A marchadora riomaiorense cumpriu os 20 Kms em 1h29'16'', bem à frente da alemã Melanie Seeger (1h30'11'') e da jovem promessa espanhola Julia Takacs (1h30'20''), que conseguiu um recorde pessoal por mais de um minuto. Estas três deixaram mais para trás nomes sonantes como a chinesa Yanfei Li, a espanhola Beatriz Pascual e as portuguesas Ana Cabecinha e Inês Henriques. Ana foi quinta, em 1h31'14'' (o seu melhor desde 2008), e Inês sétima com 1h32'19''. As duas devem juntar-se a Vera Santos na selecção para a Taça do Mundo, a disputar em Maio no México, sendo expectável que Susana Feitor ainda se possa integrar o grupo que torna Portugal uma das maiores potências da marcha feminina.

Classificação

20 Kms Femininos

1ª Vera Santos (Por) 1h29'16''
2ª Melanie Seeger (Ale) 1h30'11''
3ª Julia Takacs (Esp) 1h30'20''
4ª Yanfei Li (Chi) 1h30'53''
5ª Ana Cabecinha (Por) 1h31'14''
6ª Beatriz Pascual (Esp) 1h31'41''
7ª Inês Henriques (Por) 1h32'19''
8ª Kistina Saltanovic (Lit) 1h32'42''
9ª Li Li (Chi) 1h34'25''
10ª Rosário Sanchéz (Mex) 1h36'53''

Nos homens a vitória sorriu ao norueguês Erik Tysse em 1h20'08'', numa prova em que os melhores portugueses desiludiram. João Vieira nem chegou a alinhar devido a lesão, enquanto que o seu irmão Sérgio desistiu. Ambos continuam com míminos por cumprir para os Europeus de Barcelona. O francês Yohan Diniz foi segundo (1h20'23'') e o chinês Zheng Wang terceiro (1h20'42''). Pesro Isidro (SLBenfica), na 17ª posição, acabou por ser o melhor português com 1h26'11''.

Susana em Rio Maior

Susana Feitor assiste hoje na bancada à prova rainha da marcha em Portugal. A 19ª edição do Grande Prémio Internacional de Marcha de Rio Maior não conta com a melhor nacional de sempre, embora o regresso à competição esteja para breve, dentro de menos de um mês. Mesmo assim, Susana vai marcar presença na sua terra natal, onde venceu por nove ocasiões (1992, 1992, 1994, 1995, 1996, 1997, 1998, 1999 e 2001) e foi segunda classificada em três edições (1991, 2002 e 2008). É também deste circuito o seu melhor registo (1h27'55''), conseguido em 2001(ano a que se refere este cartaz), e que foi recorde nacional durante mais de sete anos. Uma prova que faz parte da história da marchadora, que hoje vai ver do lado de fora algumas das adversárias para os principais desafios da temporada.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Grande Prémio de Rio Maior abre Challenge

Apesar de já terem decorrido quatro provas regionais pontuáveis para o IAAF Race Walking Challenge 2010, o circuito principal arranca sábado em Rio Maior, na 19ª edição do Grande Prémio de Marcha. Susana Feitor é uma das ausentes na sua terra natal, uma vez que apenas retomou o treino há poucas semanas, em virtude da lesão que a obrigou a parar cerca de um mês. Mesmo assim, as restantes melhores portuguesas da actualidade marcam presença, com destaque para Vera Santos (Joma), que este ano tem a melhor marca entre as presentes. Assume-se assim como uma das principais candidatas à vitória, talvez mesmo a principal. Na linha da frente estão igualmente Inês Henriques (CNRM) e Ana Cabecinha (COP), embora estas ainda não tenham demonstrado em 2010 a mesma forma de Vera. Do contingente internacional, depois do abandono de Kjersti Platzer, o principal nome presente é o da vice-campeã mundial Olive Loughnane. Resta saber se a irlandesa já se encontra capaz de fazer frente às melhores portuguesas. A espanhola Beatriz Pascual (6ª no Mundial de Berlim), a alemã Melanie Seeger e a lituana Kristina Saltanovic são outras marchadoras a ter em conta. Numa segunda linha surgem a jovem promessa espanhola Julia Takacs, a suiça Marie Polli, a portuguesa Maribel Gonçalves (CSM) e a brasileira Tania Spindler, para além de três jovens chinesas que fazem este ano a transição de juniores para séniores. O tiro de partida é dado às 5 da tarde.
Meia hora depois partem os homens, num pelotão este ano liderado pela estrela da marcha francesa Yohan Diniz e pelo norueguês Erik Tysse. O alemão Andre Hohne, os espanhóis Benjamin Sanchez e Mikel Odriozola (mais habituado aos 50 Kms), o chinês Wei Yu, o colombiano Luiz Lopéz, o mexicano Eder Sanchez, o eslovaco Matej Toth e o tunisino Hatem Ghoula são os marchadores que compõem o principal lote, naturalmente, a par dos portugueses João Vieira e Sérgio Vieira, que procuram minímos para os Europeus de Barcelona.

sábado, 3 de abril de 2010

Tempo de Páscoa

Para mim a Páscoa significa renascimento...

...Ontem...











...E amanhã?

Vamos sempre a tempo de recomeçar o caminho e escolher melhor!

Votos duma Páscoa Feliz!

Beijinhos.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

As diferenças entre homens e mulheres no “Tardes da Júlia” (TVi)

Fui convidada pela produção por sugestão da Associação Portuguesa da Mulher e do Desporto, da qual não faço parte, mas sou sócia.

Fui convidada para falar sobre a diferença de prémios, que ainda existe, entre homens e mulheres nalgumas competições, nomeadamente naquelas que têm apoios públicos (Juntas de Freguesia, Câmaras Municipais, IDP, etc). Este assunto foi abordado no contexto da diferença entre homens e mulheres nas várias áreas da sociedade.

Aceitei ir, porque não gosto de assistir a injustiças de qualquer ordem e ficar calada não faz parte de mim, por isso sempre que puder ser útil para contribuir na inversão dessas situações, lá estarei para dar o meu contributo.

Devemos exigir a igualdade de oportunidades
No entanto, não me identifico como feminista e muito menos como extremista, nem nestas matérias das lutas pela igualdade de género, nem noutras, pois penso que nesta sociedade em que vivemos acho que não será com a força do "extremo" ou da obsessão que faremos valer dum modo (necessariamente) positivo qualquer tipo de direito, por muito legítimo que seja.
Sobre esta temática, defendo que é justo existir uma igualdade de oportunidades, que não tem nada a ver com "guerra de sexos" ou com igualdade de tarefas ou formas de ser.

"Todos diferentes e todos iguais"
Para mim o lema, de que somos "todos diferentes e todos iguais" faz todo o sentido e é nesse contexto que considero pertinente falar deste assunto. Uma mulher nunca será igual a um homem, nem vice-versa, mas todos devem ter as mesmas oportunidades e devem ser verdadeiramente reconhecidos pelo seu real valor e não numa óptica de diferença apenas por uma questão de "sexo" ou opção.

Fui às TJ contar 2 episódios pessoais sobre esta questão das diferenças e retratei o cenário real das diferenças de prémios em várias modalidades (dados fornecidos pela APMD – http://www.mulheresdesporto.org.pt/ ), nomeadamente no Ténis, no Ciclismo, no Surf e no Atletismo. Apesar de assistirmos a uma evolução no sentido da igualdade, em especial no que diz respeito aos primeiros lugares, as diferenças existem na ordem dos 30% (para menos nas mulheres). É justo dizer que o facto da densidade participativa das mulheres ser inferior ao dos homens, pode justificar um maior número de atribuição de prémios nos homens, mas não é justo aceitar que existam diferenças nos mesmos lugares classificativos.

Quanto a mim, na verdade durante a minha carreira nunca senti uma descriminação de género tão agressiva, como aconteceu (e ainda acontece) a algumas outras colegas atletas.

Grande Prémio de Marcha de Vila Nova de Gaia, em 2009
No ano passado, no nosso campeonato nacional de marcha em estrada, em Canidelo, tivemos uma situação que ilustra o que ainda vai acontecendo no nosso país. O campeonato foi em simultâneo com o Grande Prémio de Marcha de Vila Nova de Gaia, organização da Gaiamina (empresa municipal, organismo público). Este GP atribuiu prémios monetários aos primeiros lugares masculinos e femininos, apesar de não serem significativos, apresentaram diferenças para metade nos 20km homens para os 20km mulheres, de 150€ ao 1º lugar masculino, para 75€ ao 1º lugar feminino. Assim que constatamos esta situação no regulamento distribuído pelos clubes e associações de atletismo, enviámos uma cópia para a APMD, que por sua vez enviou à CM de Gaia um pedido de esclarecimento e para que a situação fosse alterada, para a paridade entre os géneros, ao abrigo da própria constituição do nosso país. A deputada municipal da CM de Gaia, Dra. Ilda Figueiredo tratou do assunto, sobre o qual nem estava a par. Em assembleia municipal o assunto foi resolvido e os prémios foram alterados no sentido correcto.

Este é um exemplo que não devemos ficar indiferentes às desigualdades, em especial quando favorecem a injustiça social, e podemos fazer a diferença se usarmos os métodos adequados de “luta”. Não é preciso fazer uma revolução violenta, é certo que não é um combate fácil, este contra a descriminação entre géneros, mas se for efectuado com método, dum modo organizado e com as ajudas certas, estou convicta que é possível ir equilibrar estas e outras diferenças, nomeadamente na forma de pensar o género, que ainda subsiste na sociedade.

Bons Exemplos...
Também devemos realçar os bons exemplos que existem, pois devem servir de guia aos demais. A meia-maratona de Portugal, considerada uma das melhores do mundo, é um desses exemplos. Nas primeiras edições também se verificaram diferenças entre os prémios femininos e os prémios masculinos, mas talvez pelos vários protestos de atletas, como a Rosa Mota ou a Fernanda Ribeiro, entre outras, ou por outra razão, o que se verificou foi uma paridade entre esses prémios, dando o exemplo de que é possível uma mudança no sentido equilibrado.
Outro exemplo é o GP Internacional de Marcha de Rio Maior (http://www.cm-riomaior.pt/gpmarcha), que já vai na sua 19ª edição e desde o inicio os prémios foram sempre distribuídos de modo igual entre homens e mulheres.
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Episódios na minha infância...
As histórias que contei, revejo-as hoje com alguma piada, mas na altura senti-as com alguma intensidade, passaram-se na minha infância, logo no inicio da minha prática desportiva. Estas histórias devem ser enquadrada num contexto social e familiar.

Vivo no lugar de Sourões (freguesia de Alcobertas, concelho de Rio Maior) situado no sopé da Serra dos Candeeiros e naquela altura no final dos anos 80, não era banal praticar desporto com regularidade, como acontece hoje. Por outro lado o meu pai, imigrante em Angola há muito anos e já o era nessa fase do meu inicio como atleta. Como não estava em Portugal, só quando veio de férias na época do Natal percebeu que a filha não tinha uma rotina igual, em especial durante os fim-de-semana, em que estaria habitualmente em casa a ajudar a minha mãe nas lidas da casa, saía para ir participar em provas de atletismo.
Este cenário causou-lhe alguma confusão, pois considerava que não era normal uma menina ter esse estilo de vida e que o meu lugar seria em casa a ajudar a mãe e a fazer os trabalhos de casa. Tivemos algumas discussões por causa dessa minha opção em praticar desporto. Mas aos poucos, fui impondo a minha vontade, pois desde que conseguisse cumprir com as minhas tarefas, nomeadamente na escola, tinha mais alguma liberdade em praticar aquilo que tanto prazer me estava a dar, atletismo. Por outro lado, como tive a sorte de ter resultados desportivos relevantes, primeiro a nível nacional e logo depois a nível internacional, que me projectaram nos jornais e na televisão, fez com que o meu pai percebesse que eu estaria a levar muito a sério aquilo que andava a fazer no desporto e que para além de me trazer aspectos positivos para a minha personalidade, também resultava em algo que se ia tornando grande. Por outro lado em Angola, o meu pai recebia os jornais e sempre que aparecia num deles, eram os seus amigos a fazer perguntas, a questionar se aquela "Susana Feitor" não seria da sua família... enfim, aos poucos, aceitou a minha nova vida e foi sempre apoiando.

A outra história refere-se apenas a comentários que ia ouvindo lá na terra, quando ia treinar no pinhal, com apenas 15-16 anos, algo que também não era habitual. Ouvia vários comentários dos vizinhos, nomeadamente dos homens, que não achavam nada bem uma menina andar a correr de calções pelo pinhal.
O meu avô também fez os seus comentários preocupados com o meu "novo" comportamento e disse várias vezes à minha mãe que não entendia porque andava a perder tempo nas corridas, quando já tinha idade para andar a ceifar a erva para os coelhos. Sempre fui muito participativa e activa em várias actividades e nem essa de ajudar a minha mãe nas lidas da agricultura me escapava, pois gostava muito de andar pelo campo.

Foi assim... mas os tempos mudam e também podem mudar as mentalidades!

Beijinhos.